A frase “Israel é o relógio do mundo” se tornou amplamente difundida nas igrejas nos últimos trinta anos. Mas será que Israel é, de fato, o relógio do mundo?
Quando analisamos a função de um relógio, constatamos que ele é utilizado para marcar as horas e, em alguns casos, datas também. No entanto, um relógio é incapaz de quantificar tempos e estações. A contagem das horas está relacionada, na verdade, à medida do movimento, não do tempo em si, pois é o movimento da Terra em torno do Sol que gera os dias e as noites.
Mas o que Israel tem a ver com isso? Sabemos que a terra de Israel, está localizada no hemisfério norte do planeta, e Jerusalém é considerada o centro do mundo antigo. Isso não é uma análise etnocêntrica ou geocêntrica, mas uma concepção profética e bíblica. Veja:
“Assim diz o Soberano Senhor: ‘Esta é Jerusalém, que pus no meio dos povos, com nações ao seu redor.’” — Ezequiel 5:5 (NVI)
O Eterno colocou Jerusalém como o centro geoprofético (nas palavras de Ludwig Goulart) da Terra, para anunciar, através dela, aos povos e nações, os acontecimentos vindouros.
Voltando à pergunta inicial: “Israel é de fato o relógio do mundo?” A resposta é tanto sim quanto não. Não, porque o relógio não marca estações, apenas dias e noites (Douglas Galvão); e sim, porque de Jerusalém saem comandos e diretrizes espirituais para o mundo inteiro. Sobre isso, Yeshua disse:
“Observem a figueira e todas as árvores. Quando elas brotam, vocês mesmos percebem e sabem que o verão está próximo. Assim também, quando virem essas coisas acontecendo, saibam que o Reino de Deus está próximo.” — Lucas 21:29
É evidente que a figueira mencionada por Jesus representa a nação de Israel e que o verão é uma estação de colheita e frutificação. Todavia, no verão não há festas bíblicas, o que significa que o verão é tempo de alerta, pois muitas distrações surgem entre a primavera e o outono. A primavera é o tempo de colheita dos primeiros frutos (conversão), enquanto o outono é o tempo dos últimos frutos (arrebatamento).
Observar o cenário espiritual e profética de Israel nos dias de hoje é um marcador temporal que nos permite distinguir os sinais da segunda vinda de Yeshua, considerando que a primavera representa a primeira vinda ( já cumprida) e o outono a segunda. Sendo assim, o verão é o interlúdio entre as manifestações de Cristo na Terra e a estação que antecede a segunda vinda.
O que vemos em Israel atualmente, como os contextos de guerra, revela sinais do que está acontecendo no Reino do Espírito. Quando perguntaram a Yeshua sobre o dia e a hora, ele respondeu que não sabia (Mateus 24:36). Mas ele afirmou sobre as estações:
“Orem para que a fuga de vocês não aconteça no inverno, nem no sábado.” — Mateus 24:20 (NVI)
“Portanto, vigiem, porque vocês não sabem em que dia o seu Senhor virá.” — Mateus 24:42 (NVI)
Mais importante do que saber o dia e a hora é estarmos espiritualmente vigilantes e preparados para o que está por vir. Yeshua nos alertou que os tempos e as estações servem como sinais e testemunha para àqueles que discernem a vontade de Deus, mas, acima de tudo, a chamada é para estarmos prontos. Israel, como centro profético, nos aponta para o cumprimento das promessas divinas e nos desafia a viver com expectativa e fidelidade, mantendo nossa fé firmada na esperança do Reino que virá.