As Donzelas prudentes e as insensatas

Guardar dinheiro, alimentos e alguns insumos é uma necessidade para eventuais sinistros; no entanto, essa prática representa também uma dificuldade e um desafio para muitas pessoas.

Recentemente, tenho observado muitos profetas alertando a igreja sobre tempos de escassez e necessidade no Brasil, enfatizando a nossa vigilância em relação à preparação com alimentos. Todavia, percebo que a maioria das pessoas admite essa realidade, mas afirma não conseguir se preparar adequadamente (cf. Mateus 25:1-13).

Na parábola das dez virgens, notamos que cinco eram prudentes e cinco insensatas; o texto refere-se às insensatas como aquelas que não levaram consigo o azeite de reserva. A reserva de recursos é um desafio imenso, especialmente quando não vivemos em tempos de “vacas gordas”. Mas o que fez somente cinco virgens terem reserva? O azeite que elas levaram consigo certamente foi resultado de administração e contenção. Somente quem aprendeu a sacrificar consegue cortar gastos e reservar recursos; esse sacrifício está ligado, não à abdicação de uma necessidade, mas ao controle sobre os desejos.

A necessidade é algo essencial; o desejo é supérfluo e dispensável. O desejo precisa ser sacrificado para que a reserva se encha. Nem tudo que desejamos ter, de fato necessitamos.

O azeite de reserva que as cinco prudentes levaram consigo é fruto de azeitonas que foram esmagadas, ou seja, processadas. A produção de azeite possui uma tipologia profética de sacrifício e morte do eu, da vontade própria (João 12:24).

O filho pródigo era um gastão; poucos sabem que esse é o significado da palavra pródigo. Ele desperdiçou recursos em um tempo inapropriado, precocemente e sofreu as consequencias da sua insensatez. (cf. Lucas 15:11-32).

Já José, enquanto estava no Egito, teve discernimento profético e sabedoria para entender que o sonho de Faraó era uma revelação do presente e do futuro, e, assim, ele se preparou para a fome que viria sobre a terra ( Gênesis 41:14-36).

“Eis que vem o Noivo, e ouvir-se-á o Seu chamado.” Mas quantos de nós estamos realmente preparados para Sua vinda? Ter uma reserva de azeite pode ser entendido tanto espiritualmente quanto materialmente, pois um dos sinais que precedem a vinda de Cristo é a fome e a escassez. Preparação e prudência são essenciais para enfrentar o tempo do fim.

Quem somos? Prudentes ou insensatas? Que o Espírito Santo nos dê sabedoria para caminharmos na estação certa e equipados da forma devida.

Shalom,

Foto de Mariana Galvão

Mariana Galvão

Esposa, mãe, pastora e escritora.

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