Chanukiá – candelabro de oito pontas que representa os dias que o azeite durou milagrosamente
“Celebrava-se em Jerusalém a Festa da Dedicação. Era inverno. Jesus passeava no templo, no Pórtico de Salomão.” João 10:22-23 ARA
Chanucá em hebraico significa “dedicação”, e é assim chamada porque celebra a rededicação do Templo Sagrado.
No segundo século Antes da Era Comum, a Terra Santa era governada pelos selêucidas (sírios-gregos), que tentavam sujeitar o povo de Israel a aceitar a cultura e as crenças gregas em vez da observância da Lei do Senhor e a crença em um único Deus.
Um pequeno grupo de judeus fiéis começou a resistir a dominação, liderado por Judas o Macabeu, derrotou um dos mais poderosos exércitos da terra, expulsou os gregos, reassumiu o Templo Sagrado em Jerusalém e o rededicou ao serviço do Senhor.
Quando eles procuraram acender a Menorá do Templo (o candelabro com sete braços), encontraram apenas uma pequena ânfora de azeite de oliva que tinha escapado da contaminação pelos gregos.
Os gregos sacrificaram porco no altar do Senhor, ato completamente profano para os judeus, que consideram o porco um animal impuro.
Milagrosamente o grupo liderado por Macabeu, acendeu a menorá e o suprimento de um dia durou oito dias, até que novo azeite pudesse ser preparado sob condições de pureza ritual.
Para comemorar e publicar esses milagres, os sábios instituíram a festa de Chanucá, ou festa das luzes. Essa festa é considerada histórica, Jesus esteve presente nessa festa. Ela não compõe as sete festas instituídas no deserto, mas é um memorial de vitória sobre a cultura grega.
VENCENDO PRESSUPOSTOS GREGOS DA FÉ
- Antropocentrismo /humanismo
Na cosmovisão grega, o “eu” (ego) era o centro de tudo. Diz a lenda que à entrada do Oráculo de Delfos, na Grécia Antiga, havia a frase “Conhece-te a ti mesmo”.
Nessa concepção de mundo, o homem é o centro de tudo e Deus deve o servir dando o que ele deseja.
O que a bíblia diz:
“O Senhor estabeleceu o seu trono nos céus, e como rei domina sobre tudo o que existe.” Salmos 103:19
“Ai daquele que contende com o seu Criador! E não passa de um caco de barro entre outros cacos. Acaso, dirá o barro ao que lhe dá forma: Que fazes? Ou: A tua obra não tem alça.” Isaías 45:9
Enquanto para os gregos, o homem é o centro de tudo. Na cosmovisao bíblia, Deus é o criador de todas as coisas e nos devemos em amor e obediência nos sujeitar a sua soberania. Deus não é uma marionete que podemos manipular com suborno para fazer o que queremos, nós e que devemos ama-lo e servi-lo.
- Dualismo – separação entre o espírito e a materia
Para os gregos, espiritualidade era algo místico. Ser espiritual significava desprezar totalmente a matéria e se conectar ao “outro mundo”. Esse desprezo das coisas materiais variava entre dois extremos. Podemos levar alguns a profunda prostituição e outros a extrema espiritualização de tudo e rejeição ao corpo e ao mundo natural.
Esse pensamento entrou no cristianismo como forma de extremismo, onde espiritualidade significa se tornar totalmente alienado do mundo natural.
De acordo com a bíblia, Deus nos chamou para ser sal da terra e luz do mundo. Precisamos ser agente de influência nessa geração perversa e não nos colocarmos em uma bolha a fim de viver uma espiritualidade alienada.
“Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens.” Mateus 5:13
- Intelectualismo/racionalismo
A cultura grega ou helenística se preocupa com o conhecimento, o saber tem relevância sobre o fazer.
Para a cultura hebraica as virtudes morais são superiores, se comparada as virtudes intelectuais.
De acordo com as Escrituras o saber não importa, se você não pratica o que sabe.
“Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.
Mas aquele que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar.“
Tiago 1:22
Os cristãos gentios influenciados pela filosofia grega intelectualizaram e sistematizaram a doutrina cristã.
Os hebreus dos dias de Jesus e logo a seguir na era apostólica da Igreja não tinham teologia formal ou sistematizada. A “igreja primitiva” não tinha hierarquia arraigada ou magistério por meio do qual toda a doutrina tinha de ser filtrada e aprovada.
O que os apóstolos ensinavam sobre um determinado assunto era aprendido diretamente de Jesus, com as tradições orais e experiências coletivas do povo judeu. Eles determinavam Halakha (como andar) diretamente das interpretações dos mestres em suas comunidades. A medida que as circunstâncias mudavam eles recorriam a interpretação da Torá (Pentateuco) e determinavam a ação a ser tomada (Halakha) (cf. Mateus 18:18).
O Racionalismo também é uma base de pensamento grego, onde o racional e o explicável prevalece sobre o sobrenatural e o inexplicável. De acordo com a bíblia, nós podemos entender a criação de todas as coisas pela fé (Hb 11) e por meio dela que chamamos a existência as coisas que não existe.
Essas são alguns fundamentos gregos que foram absorvidos pela fé cristã, o papel da Igreja atual é desconstruir à luz das Escrituras toda fonte de pensamento e entendimento não só grego mas também romano que provoca apodrecimento das raízes da nossa fé, pervertendo a essência da Palavra que é viva e verdadeira a fim de adapta-la os interesses humanísticos. Esse é o sentido de chanucá!
Chag Sameach Chanucá
Fontes consultadas:
Raízes hebraicas
Chabad